Mesmo que você se considere um escritor zen, críticas são capazes de machucar.
É natural, já que palavras negativas têm o efeito de um soco na boca do estômago, de uma mão que aperta a garganta.
Você desanima, passa a se questionar e a julgar seu trabalho.
E fica com raiva!
No entanto, existem avaliações e… avaliações.
Com este artigo, espero te ajudar a separar o joio do trigo em uma plantação de críticas.
Depois de lê-lo, você vai até poder olhar para os detratores de sua escrita com mais compaixão.
Passemos às dicas…
1. Relaxe!
Avaliações negativas acontecem, mesmo com autores-fodões-best-sellers-do-ranking-do-New-York-Times.
Pegue um escritor famoso, por exemplo, e cheque as avaliações de seus livros na Amazon.
Certamente, você vai encontrar críticas ruins, pois é humanamente impossível agradar a todos os gostos.
Assim, não permita que palavras ruins enfraqueçam seu campo de força, pois quando se trabalha com arte, a crítica não é um acessório opcional.
Lembre-se que um livro não é um bebê, mas um produto que é colocado no mercado.
E, como todo produto, está sujeito às avaliações dos consumidores.
Portanto, o primeiro passo a seguir é “nunca leve para o lado pessoal”.
A avaliação é sobre um livro e não sobre o seu caráter.
2. Ignore as Críticas Negativas
A segunda coisa a fazer é avaliar a fonte do insulto antes de permitir que ela te atinja.
Segundo os hindus, existem três tipos de pessoas: as que vivem na escuridão, as apaixonadas e as bondosas.
Como críticos são pessoas (apesar de muitos não terem alma) e “assim como é em cima, é embaixo”, a coisa funciona da mesma forma.
Os críticos que vivem na escuridão também são conhecidos como trolls, ogros e outros apelidos dados por Sauron quando ele ainda reinava na Terra Média.
O objetivo dos trolls é a destruição do seu livro per se, para impor uma era de escuridão em sua autoconfiança.
Andam por aí, espalhando maledicências ao léu, sem um pingo de misericórdia ou consideração.
Mas você não pode culpá-los. Na escuridão, eles mal conseguem enxergar um palmo diante de seus narizes.
A grande maioria nem mesmo leu seu livro e faz o review apenas pelo que ouviu falar ou, em alguns casos, até pelo que não ouviu.
Há também os monstros enviados pela concorrência, quando não se trata do próprio concorrente usando a capa da anonimidade, com um único objetivo maléfico: dar uma única estrela ao seu livro para derrubar a média de avaliações e, consequentemente, suas vendas.
Você pode deixá-los por conta da lei da causa e efeito.
Desta forma, ignore absolutamente todas as críticas destrutivas sem fundamento ou feitas apenas para causar danos.
Isto mesmo! Desconsidere-as! Não responda, mesmo que a tentação seja incontrolável.
Responder uma crítica destrutiva é o mesmo que colocar gasolina no fogo, jogar xadrez com pombos, dar asas para o Velociraptor…
Você se lembra daquela defesa de criança que dizia “o que vem de baixo não me atinge”?
Pois bem, o que vem do escuro não te ilumina.
Em alguns casos mais graves, se a criatura fizer uso de palavrões ou xingamentos preconceituosos, basta acionar os canais de contato responsáveis que eles geralmente removem a crítica.
Existe outro grupo de críticos, formado pelas almas apaixonadas que usa a crítica para apontar erros de edição, de revisão ou técnicas de escrita ou mesmo falhas no enredo.
Estes geralmente se contorcem para decidir se o livro vale duas ou três estrelas, porque no fundo eles gostaram, mas sentiram-se na obrigação de mostrar sua superioridade.
Já as pessoas do nível bondoso na escala evolutiva vão fazer críticas construtivas.
Trate essas críticas como conselhos e aprenda com elas.
De qualquer forma, eu recomendo que você não responda nenhuma crítica negativa, mesmo que ela seja construtiva.
Sou da corrente que toda crítica negativa não deve ter resposta.
Se, ainda assim, você desejar dar alguma satisfação, eu sugiro que use uma única palavra:
“Obrigado!”
3. Foque nas Avaliações Positivas
O cérebro humano tem uma estranha mania de se prender às coisas negativas.
Por mais simples que seja um comentário negativo, ele tem a textura de um chiclete.
Passará a ser mascado pelo seu sistema límbico, gerando emoções que vão da irritação leve à depressão cavernosa.
Se você sentir que sentou no sofá e encostou nesta meleca, basta se levantar e lavar as mãos.
Vá até os comentários positivos e leia-os em voz alta muitas vezes.
E depois sorria! Isto impede que o chiclete da negatividade fique grudado em sua mente.
Por fim, lembre-se que você está no negócio da escrita e, por isto mesmo, tem obrigação de entregar um bom produto para seus clientes.
Quando um autor compreende isto e entrega um conteúdo de qualidade, a média de avaliações certamente vai tender para quatro estrelas ou mais e os comentários serão positivos no geral.
É muito importante lembrar também que você escreve porque precisa escrever. Isto está no seu sangue, nos seus músculos, na sua pele.
Por isto mesmo, nunca se esqueça que, mesmo que alguns leitores façam críticas negativas ao seu trabalho, muitos outros vão gostar dele.
E as boas avaliações aniquilam as más.
Reste Bien!
***
8 comentários em “Como Lidar Com As Críticas do Seu Livro”
Muito show de bola!!! Ótimas recomendações
Obrigado pelas dicas!
Muito bom artigo, Eudes, parabéns!! Sei que vai ajudar muita gente. Eu pretendo publicar meu livro sobro o Caminho de Santiago ao longo de 2017. Seus comentários e pontos de vista são essenciais para nós, marinheiros de primeira viagm.
Realmente você foca neste artigo pontos importantes sobre as críticas que caem sobre os livros publicados.. É bem assim mesmo e muitas vezes ficamos chocados pelos comentários maldosos de pessoas que nem sequer chegaram perto do livro
ótimas dicas e direcionamento p/ escrever o 1ª livro , grato
Amei os conselhos e referências!
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