Por que Você nunca deve dar seu livro?

Volta e meia me deparo com autores que sentem vergonha de cobrar por seus livros.

E neste post quero te ajudar a compreender esse sentimento para que ele não seja mais um impeditivo entre você e seus objetivos como escritor.

No fundo, todo escritor, artistas em geral, e pessoas que vivem da criatividade (como artesãos, por exemplo) convivem com este sentimento.

E ele está ligado a dois tipos de MEDO:

O primeiro é o MEDO DA VULNERABILIDADE

Temos uma necessidade de poder e de controle que apita ao menor sinal de demonstração de fraqueza.

Ao cobrar por algo, algumas pessoas ficam com medo de transparecer que estão precisando.

É sério. 

Muitas vezes, o orgulho é tamanho, que a pessoa pensa:

 “Nossa, se eu entregar meu livro e cobrar 30 reais, vai ficar parecendo que estou precisando de dinheiro… É tão pouco, acho que eu vou dar o livro para ela!”

O que acontece é que a grande maioria dá o livro e depois fica com raiva de si mesmo.

E mesmo que você não precise, não faça isso.

Cobre e depois doe o valor para uma instituição ligada à educação.

O segundo MEDO é o DA REJEIÇÃO

O ser humano criativo geralmente possui uma necessidade grande de agradar e tem medo de ser rejeitado.

Ao cobrar por algo, muitos ficam com medo do que o comprador vai pensar em relação ao valor cobrado.

Ou ainda, ficam com medo da pessoa não querer comprar e se sentirem rejeitadas.

Desta forma, o medo de parecer que está necessitado ou o medo da ser rejeitado, já colocam o autor em um modo defensivo na hora de vender seu livro.

E como você vence esses medos?

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Através do entendimento de seus OBJETIVOS DE VIDA.

As duas buscas mais básicas do ser humano são por trabalho, ligado ao instinto da segurança, e por lazer, ligado ao instinto do prazer.

Em tudo na vida, existem três maneiras de encarar as coisas:

Com AUSÊNCIA de DESEJO, com EXCESSO de DESEJO ou com EQUILÍBRIO.

A ausência de desejo leva ao desinteresse.

O excesso de desejo leva à ganância.

A ética nada mais é do que medir tal desejo em você mesmo, o que resulta em algo chamado CONDUTA.

Então, você se pergunta:

Ao deixar de receber, estou sendo ético com meu trabalho, com meus objetivos de vida?

Que parte da minha segurança ou do meu prazer vou deixar de atender se eu não cobrar por este livro agora?

Quando você equilibra o desejo por trabalho e lazer, sem ausência ou excesso em ambos, você está no caminho do DHARMA, ou seja, no caminho da CONDUTA ÉTICA.

E, com isso, se liberta da culpa e também dos julgamentos do outro.

Assim, quando for vender seu livro, estabeleça um preço justo e fale o valor para o outro sem pestanejar.

Você terá três possíveis reações e é importante que você preste atenção nelas:

UM

A pessoa vai comprar o livro sem titubear. E você agradece e pede para ela dizer o que achou depois.

DOIS

A pessoa não vai comprar, o que é um direito dela, pois ela também estará medindo suas próprias necessidades de prazer (ler o seu livro) versus segurança (investir dinheiro nele).

TRÊS

A pessoa vai tentar desvalorizar seu trabalho e dizer: nossa, caro hein?

Sim, existem os aproveitadores, que vão tentar desvalorizar seu trabalho apenas para obterem vantagens.

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Nesse caso, você pergunta:

E que preço você acharia justo por um livro que levei mais de dois anos para escrever e suei para publicar?

Se a pessoa disser menos do que o valor que você quer vender, responda que o preço é aquele mesmo e caso ela não queira, não tem problema, mas que você tem uma meta de vendas e precisa cumprir seus objetivos.

Ela terá duas saídas: comprar ou não comprar.

Em todos os casos, nunca leve nada para o lado pessoal e nem fique se preocupando com o que ela vai achar ou o que vai falar por aí.

Então, você me pergunta: quanto eu devo cobrar por meu livro?

A resposta é: um valor justo.

A medida da justiça no preço de um livro passa pelo custo, ou seja, o seu esforço para escrevê-lo, os gastos que teve para publicar e imprimir e o poder que ele tem de transformar a vida do outro.

Eu já paguei 150 reais em um livro, que transformou a minha vida.

E já devolvi e-book de 1,99, por não acrescentar absolutamente nada.

Meu conselho: não seja desinteressado a ponto de cobrar pouco e nem ganancioso a ponto de cobrar além.

Use o Dharma e seja equilibrado!

Para terminar, você pode dar seu livro sim: 

Pode doar para bibliotecas ou para escolas na sua cidade.

Mas isso é outra história!

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Nela você encontra treinamentos para cada etapa dessa construção, do plano, passando pela escrita até o marketing de seus livros e marca.

Recomende este artigo:

3 comentários em “Por que Você nunca deve dar seu livro?”

  1. JOSE FELICIO DA SILVA

    Prezado Eldes,

    Excelente.
    Me enquadro em algumas observações que voce coloca.
    No momento ainda indeciso e um pouco de medo em um livro que pretendo publicar.

    Felicio

  2. Pingback: As Mentiras Que Te Contaram Sobre Vender Poesia

  3. Maria dos Anjos de Oliveira

    Dar o livro é meio problemático! Digo sempre: Eu escrevi o livro mas a edição é paga e não é barata.
    Dar o livro,pode parecer que queremos impor ao outro a obrigação de ler o meu livro.
    Dou a alguém, jovem que demonstre interesse,mas confessa não ter o dinheiro.
    Quando lanço um livro, para pessoas comuns, gosto de mostrar como se dá o processo da escrita, para que aprendam a valorizar o ato de escrever. uma missão,um legado para o mundo!

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