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10 Livros de Não Ficção que Todo Escritor Deveria Ler

Escrever é fácil. Escrever bem é muito difícil. Até hoje não aprendi direito essa coisa de transformar pensamentos em letras. Por isso, leio tudo o que aparece na minha frente quando o assunto é “escrever”, seja ficção, seja não ficção. Felizmente, existem grandes escritores que compartilham seus segredos e técnicas conosco.
Pensando nisto, levantei uma lista com 10 livros do gênero “autoajuda para escritores” que me auxiliaram muito a aprimorar minhas letras.

Ainda falta muito, bem sei, a vida é um aprendizado do início ao fim. A lista é imensa e sei que cometi alguns crimes ao deixar outras obras primas de fora, mas você pode reparar isto nos comentários.
Um detalhe: os livros não estão em ordem de preferência, por isso não numerei esta lista. Seria o mesmo que escolher um filho favorito entre os quatro que tenho lá em casa.
Segue a lista:
Seis Propostas para o Próximo Milênio
Ítalo Calvino
propostasmilenioFruto das conferências que o autor preparou para a Charles Eliot Norton Lectures em Harvard. Calvino morreu antes de apresentar suas propostas de Leveza, Rapidez, Exatidão, Visibilidade e Multiplicidade, cinco das seis ideias que ele queria transmitir para os escritores do próximo (deste) milênio. Em “Leveza”, Calvino afirma que não é necessário ser pesado para ser intenso no que se escreve. Em “Rapidez”, discorre sobre o segredo do ritmo, comparando a narrativa a um cavalo que ora galopa, ora trota. Em “Exatidão”, insiste que a missão do escritor é mostrar – através de imagens que não permitam abstrações – o que está sendo contado. Em “Visibilidade” reforça esta obrigação do escritor em trabalhar com “imagens” como guias para a imaginação do leitor. Em “Multiplicidade”, fala da nossa capacidade de expandir as conexões sobre um determinado tema. Com certeza, um desafio para “escritores” que têm visões fechadas, preconceituosas e ortodoxas do mundo. A sexta conferência, “Consistência”, não chegou a ser escrita, mas a própria palavra traduz a grande missão de quem transforma ideias metafísicas em palavras concretas. À venda na AMAZON, em português.
“Seis Passeios Pelos Bosques da Ficção”
Umberto Eco
SEIS_PASSEIOS_PELOS_BOSQUES_DA_FICCAO_1234094958PLeitura indispensável para escritores que se debatem entre o mundo real e o mundo “irreal”, ou seja, todos. Tem como base as seis conferências que o autor realizou em Harvard em 1993, oito anos após a morte de Calvino. Eco expande nossa percepção sobre realidade e fantasia ao discorrer sobre as características de um texto de ficção. Ele analisa os diversos tipos de leitura, avança pela linha tênue entre ficção e verdade histórica – quando leitores chegam a confundir personagens da estória com personagens da história – e mergulha nos universos de Alexandre Dumas, Ian Flemming, Edgar Allan Poe, George Perec, das fábulas de Esopo e na “névoa” de um de seus romances favoritos, Sylvie, de Gérard de Nerval. Como não vou repetir autores nesta lista, você que escreve também deveria ler Sobre a Literatura, “Em Busca da Língua Perfeita” e, nestes tempos em que se discute livros impressos e e-books, “Não Contem com o Fim do Livro”, escrito em parceria com Jean Claude-Carrière.
Zen e a Arte da Escrita
Ray Bradbury
zen-ray-bradburyUma verdadeira celebração do ato de escrever. Ao contrário de muitos escritores amargurados que propagam os dramas e os melodramas da arte da escrita, Ray nos contagia com sua alegria e adverte que se você escreve sem amor, sem entusiasmo, sem gostar do que faz, sem se divertir ao transportar suas histórias, textos, passagens, ou o que quer que seja, da cabeça para o papel, você é apenas a metade de um escritor. Ray demonstra todo seu amor pela escrita e fala desde como descobrir ideias originais para seus livros até como desenvolver um estilo próprio. Imperdível! À venda na Amazon, em português.

Leia:  10 Dicas para Terminar seu Livro

“Writing Tools: 50 Essential Strategies for Every Writer”
Roy Peter Clark
writing-toolsRoy é um dos maiores professores de literatura americanos, além de escritor e editor. Para ele, escrever é uma habilidade que você aprende e aprimora, ou seja, não é necessário ter um talento nato. O escritor precisa de “ferramentas” e não de “regras”, afirma. “Writing Tools” não tem versão em português, nem está à venda como e-book na Amazon Brasil, apenas a versão impressa, via Amazon.com. Acabei comprando o audiobook, no Audible.com, para ouvir durante as caminhadas matutinas pelo parque. Vale muito a pena. Outro livro dele que é um espetáculo é “Help! For Writers: 210 Solutions to the Problems Every Writer Faces”. Se você tem um dos 210 problemas que todo escritor enfrenta, as soluções estão neste livro.

“On Writing Well: An Informal Guide to Writing Nonfiction”
William Zinsser
onwritingwellUm livro fundamental para aqueles que desejam se embrenhar pela floresta da não ficção. O livro também serve àqueles que curtem um e-mail bem escrito. Se você pretende, algum dia, escrever sua biografia, não coloque uma única palavra no papel antes de ler este livro. Zinsser escreve com clareza e estilo,  ingredientes primordiais de um bom livro de não ficção, e, além de discorrer sobre simplicidade e complexidade, oferece recursos valiosos para escritores novatos ou não. À venda na Amazon, em inglês.

“Como Contar um Conto”
Gabriel García Marquez
comocontarumcontoNeste livro, o autor de “Cem Anos de Solidão” é acompanhado durante uma oficina de roteiro que ele ministrava na Escola Internacional de Cinema e Televisão de Santo Antonio de Los Baños, em Cuba. Segundo “Gabo”, uma história não existe enquanto não puder ser contada em uma página, o que nos remete ao planejamento. Tudo começa com uma linha, se transforma em uma sinopse de uma página, cresce para uma sinopse de quatro páginas e, finalmente, vira um livro de 80 mil palavras ou mais. Ninguém melhor que García Marquez soube arrancar histórias de uma imagem, de uma situação e transformar esse “quase nada” em grandes narrativas.
“O Herói de Mil Faces”
Joseph Campbell
heroidemilfacesImprescindível para quem escreve ficção, por mais que você seja da turma que encara método como amarra da criatividade. Não se trata de método, mas de “mitos”. Arquétipos fazem parte do inconsciente coletivo e são “transmitidos” através de gerações, culturas e civilizações. Segundo Campbell, existe uma única história que têm como base os mitos de todas as civilizações. De Apolo a Buda, de Jesus à Lao-Tzu, do folclore aos contos de fadas, tudo compõe as múltiplas faces de uma mesma história. Uma história protagonizada pelas milhares de faces de um herói único – arquétipo de todos os mitos – uma história de transformação. “O Herói de Mil Faces” fala das semelhanças que existem nas diferenças entre as religiões e mitologias da humanidade, da unidade presente na multiplicidade. Vale também ler “A Jornada do Escritor – Estruturas Míticas para Contadores de Histórias e Roteiristas”, de Christopher Vogler, que toma como base o livro de Campbell para explicar como grandes autores utilizam as estruturas míticas para criar poderosas narrativas, capazes de mexer com nossas raízes arquetípicas.
The First Five Pages – A Writer’s Guide to Staying out of the Rejection Pile
Noah Lukeman
firstfivepagesQuem já leu meus livros da Série Livros Que Vendem sabe que sou um fã categórico de Lukeman. Confesso que este livro foi um dos meus maiores motivadores para escrever para escritores. Seja você um aspirante a escritor ou um escritor velho de guerra, seja você um escritor de contos ou de novelas ou de poesias ou de artigos, atire o primeiro verbo se nunca lidou com a rejeição, nas editoras ou em casa mesmo. Como editor, Lukeman rejeitou centenas de milhares de manuscritos durante sua vida e colocou neste livro, tudo o que considerava bom ou ruim, antes de direcionar o suado original para a “pilha dos rejeitados”: gancho fraco de abertura; excesso de adjetivos e advérbios, metáforas forçadas ou monótonas; melodramas, lugares comuns e diálogos confusos; personagens mal desenvolvidos e cenários pobres; ritmo irregular e dificuldade de progressão. É só corrigir estes pequenos defeitos e tudo vira uma obra prima. 😉 Disponível na Amazon, em inglês.
Manual do Roteiro
Syd Field
manualdoroteiroUm dos mais espetaculares livros sobre a arte de escrever. Ponto. Apesar de ser voltado para a criação de roteiros cinematográficos, Field, um dos mais requisitados professores de roteiro do mundo, aborda como ninguém o lado estrutural de uma narrativa. Ele fala com maestria sobre construção e criação de personagens, sobre finais e inícios, aberturas, pontos de virada, cenas e diversos outros pontos da estrutura literária. Mais um livro que ressalta a importância do planejamento como ponto de partida para a excelência criativa. Disponível na versão em inglês, na Amazon.

Leia:  Anatomia de um Best-Seller: Parte III - Personagens

On Writing: A Memoir of the Craft
Stephen King
onwriting-kingOs livros e filmes que influenciaram o Mestre do Terror e do Suspense estão nesta pérola, mezzo autoajuda para escritores, mezzo autobiografia. Na verdade, trata-se de uma aula magna sobre escrever – construção de personagens, tramas, ritmo e outras ferramentas  – com exemplos práticos retirados do seu próprio trabalho e de outros autores. King escreveu uma quantidade impressionante de livros, muitos deles se tornaram Best-Sellers. Ninguém melhor do que o autor de Carrie – A Estranha, O Iluminado, Zona Morta, It, entre outros, para ensinar como escrever um Best-Seller. À venda na Amazon, em inglês.

E você? Quais são seus livros de cabeceira sobre a arte de escrever? Coloque sua lista nos comentários.
***

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5 comentários em “10 Livros de Não Ficção que Todo Escritor Deveria Ler”

  1. eu acrescentaria a lista mais dois livros o primeiro da sonia belloto chamado “você já pensou em escrever um livro?” e o segundo do autor chamado raimundo carrero seu livro se chama “os segredos da ficção”. ótimos livros. dos livros que voce sitou eu so conhecia o livro denomimado o heroi de mil faces, que de qualquer forma esta presente em um desses livros que citei.
    fragmentoscontemporaneos.tk
    portalmultifoco.tk
    @ns_rafael

  2. Marco Juarez Reichert

    Muito boas “dicas”.
    E inimaginável alguém ter a pretensão de ser escritor se ele próprio não praticar a leitura.
    Estou lendo um livro do um pensador irlandês, Edmund Burke, e me dei conta de vários erros de gramática e olha que tenho muito por aprender da nossa língua mãe. Como pode um livro publicado, via editora, ter pecado tanto na revisão ortográfica? Só leitores assíduos aprendem a escrever.

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