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Como Enfrentar as Inseguranças na Transição de Carreira para a Escrita

Em 2012, com 42 anos, li uma frase do Mark Twain que dizia que “os dois dias mais importantes da sua vida são o dia em que você nasce e o dia em que descobre por quê”.

Se frases usassem luvas de boxe, essa me acertou no queixo, mudando tudo o que eu pensava em relação a meus objetivos profissionais.

Na infância, meu maior hobby era escrever.

E isso ficou em segundo plano durante muito tempo, algo nem mesmo cogitado no campo profissional.

Fui trabalhar com propaganda e, em vez de seguir pelo caminho da redação publicitária, fui pelo lado da arte, já que também gostava de desenhar.

O re-despertar para a escrita me levou à lona, o gongo do round tocando e meu treinador interno berrando “hora de mudar o jogo!”.

Mas, para quem, durante a vida toda, foi treinado em um estilo e precisa mudar no meio da luta, as coisas não costumam ser muito fáceis.

Se você está considerando uma mudança de carreira para se tornar um escritor profissional, é comum enfrentar uma série de inseguranças.

A incerteza é uma parte inerente de qualquer transição significativa, mas ela não deve servir como um obstáculo intransponível.

A solução? Enxergar como um problema a ser resolvido.

E foi esse pensamento que me ajudou a largar um passado bem-sucedido na publicidade para me tornar um escritor em tempo integral.

Se você cogita transformar sua paixão pela escrita em uma carreira profissional, mas está agarrado às cordas da insegurança, este artigo é para você.

E o primeiro passo é desmitificando seu maior oponente: o medo.

Identifique as Fontes de Insegurança

O passo audacioso de mudar de carreira e seguir sua paixão pela escrita pode ser tanto um sonho quanto um pesadelo.

Identificar suas fontes de inseguranças e enfrentá-las é o primeiro passo para encontrar a saída desse labirinto emocional.

Ao abordar o medo do desconhecido, a preocupação com a estabilidade financeira e a falta de experiência ou formação, você não apenas pavimenta um caminho mais claro para sua nova carreira, mas também fortalece seu caráter e sua resiliência.

O medo é seu oponente, mas lembre-se que ele não é seu inimigo.

Medos são sinalizadores do caminho, mostrando onde você precisa prestar mais atenção e investir mais esforço.

Com planejamento e preparação adequados, você transforma a insegurança em degraus, rumo ao sucesso em sua nova carreira.

E isso requer paciência.

A gente vê muita gente tomando decisões precipitadas, jogando tudo para o alto e quebrando a cara, tendo que voltar com o rabo entre as pernas.

Durante 8 anos, conciliei as atividades de escritor com a profissão anterior, aproveitando as parcas horas vagas que me sobravam na semana.

Tudo isso sem negligenciar as demandas de um pai com quatro filhos para sustentar e orientar.

Assim, o soco de Mark Twain me derrubou, mas eu levantei e continuei a briga.

A estabilidade financeira é frequentemente a âncora que nos impede de sair de empregos insatisfatórios ou de arriscar em novas oportunidades.

A realidade é que qualquer mudança de carreira, especialmente para um campo tão incerto quanto a escrita, vem com riscos financeiros.

No entanto, o risco pode ser mitigado com planejamento cuidadoso.

Se você tem uma reserva financeira, capaz de garantir um bom tempo na transição, a mudança pode ser mais tranquila, ainda que a cautela seja necessária, mas não era o meu caso.

Então tive que matar dois coelhos e um leão por dia enquanto ia construindo o cajado. 

Comecei explorando outras fontes de renda.

Trabalhos com freelancer, consultoria, afiliação e serviços temporários podem fornecer o fluxo de caixa necessário enquanto você constrói sua nova carreira.

Como eu trabalhei prestando serviços durante 25 anos, passei a prestar serviços para outros autores, o que me ajudou a fazer uma transição menos sofrida no campo financeiro.

Com as inseguranças em relação à direção e dinheiro refletidas, surge o terceiro medo, talvez o mais desanimador.

Será que tenho as qualificações necessárias para ser um escritor?

O medo de não escrever bem é como um Mike Tyson prestes a morder sua orelha.

A primeira manobra que você precisa fazer é reconhecer que até o mais celebrado escritor de todos os tempos começou exatamente como você:

Leia:  O Fenomenal Planejador de Lançamentos para Produtores Digitais

Sem experiência, com a cabeça cheia de dúvidas e aprendendo no trabalho.

Assim, não permita que a falta de experiência formal o impeça de dar o primeiro passo.

Ao começar a escrever diariamente, você já está se qualificando.

E isso nos leva ao segundo passo…

Invista Constantemente em Conhecimento

Investir no conhecimento é crucial.

Isso pode assumir a forma de livros, cursos online, oficinas, mentorias separados ou, ao mesmo tempo.

O objetivo é aprender constantemente e melhorar suas habilidades.

Identifique o gênero de livros que você deseja escrever e foque em aprender todas as técnicas para dominá-lo.

Aprimore todas as habilidades da “profissão escritor”, que não se resume apenas a escrever.

Reforce o hábito da escrita, escreva todos os dias com sol ou chuva, aprenda a reescrever, produzir, publicar, lançar e promover sua obra.

Mas só teoria não basta, é preciso praticar.

A escrita é uma habilidade que melhora com a prática contínua.

Talvez por isso meu livro mais vendido na Amazon seja “O Hábito da Escrita em 21 Dias”.

Ele te coloca em movimento rotineiro, independentemente se você tenha ou não lugar e hora par escrever.

Porque esse negócio de ficar esperando uma hora melhor ou um lugar mais adequado é o maior nocauteador de futuros escritores.

Tome nota: para viver da escrita, ela precisa ser um hábito diário em sua vida.

Você precisa escrever domingo, como estou fazendo agora, com um pouco mais de tempo, ou no meio da semana, nem que seja por quinze minutos entre um jab e um cruzado de esquerda.

O mesmo Mark Twain me deu uma dica preciosa para melhorar meu texto.

Ele dizia que são necessárias três coisas para escrever bem: “escrever, escrever e escrever”.

Eu adicionaria “ler muito” e “reescrever”, mas não vou cutucar Twain.

O campo da escrita é um dos poucos onde o talento muitas vezes pode compensar a falta de formação acadêmica formal.

O que também é um perigo, pois quando o talento sobe à cabeça, a humildade para se manter em constante aprendizado desce para os calcanhares.

Saber escrever intuitivamente não significa que você não deve buscar aprimoramento.

E isso não tem fim.

Assim, enquanto domina as inseguranças, manter a consciência no modo aprendiz é fundamental.

Mergulhe nos livros, participe de cursos, oficinas, workshops e busque mentores, pois eles encurtam o caminho, evitam muitos erros e abrem novas possibilidades.

O próximo passo é…

Invista em Sua Marca de Autor

Você pode ser a escritora ou o escritor mais talentoso do mundo, mas se ninguém souber quem você é, seu talento permanecerá no limbo.

Em um mundo saturado de conteúdo e aspirantes a escritores, a visibilidade é o que diferencia um hobby de uma carreira literária bem-sucedida.

Mas como você constrói essa visibilidade?

Como você faz com que as pessoas não apenas leiam seu trabalho, mas também se tornem seguidores fiéis da sua marca?

Hora de desvendar de vez essa questão.

Você já deve ter ouvido falar do termo “plataforma de autor”.

No treinamento n.º 14 da Academia da Casa do Escritor, cujo tema é autopromoção para autores independentes, eu destrincho cada um dos nove requisitos de uma plataforma de autor eficaz.

Ela vai além de ter um website e estar presente no YouTube, nas redes sociais, no e-mail e nas plataformas de distribuição.

Passa pela construção da credibilidade, da capacidade executiva e da sua personalidade.

Atraia seu leitor em vez de empurrar coisas para ele.

Crie conteúdo que transforme de verdade.

Promova-se por vezes, mas não torne isso desesperador para quem te segue.

Seja transparente e ético e não um pé no saco.

Independentemente do meio ou do canal de contato com o leitor, proporcione sempre a melhor experiência para ele dentro e fora do seu livro.

Use os funis de e-books para construir e aprimorar as relações.

Use a tecnologia para complementar seus pontos fracos.

Seja consistente em cada área de contato com seus leitores e transforme-os em fãs, que não apenas voltam, mas te ajudam a divulgar sua obra.

Leia:  Como Vender Mais Livros na Amazon

Ser autor é um trabalho de construção de marca e relacionamentos.

Não utilize as redes sociais apenas para se promover, mas principalmente para se conectar com leitores, com outros autores, com influenciadores, com quem pode te ajudar a levar sua mensagem adiante.

Ah, Eldes, mas eu sou tímido(a), não gosto de aparecer.

Eu sou e também não gosto.

Então aprendi a anunciar apenas com imagens, a investir mais no meu blog do que no meu canal do YouTube, a escrever descrições e cartas de vendas mais persuasivas, a aprimorar meus funis de e-books, a vender diretamente.

E, por último, você não pode melhorar o que não pode medir.

Utilize ferramentas analíticas para rastrear o desempenho de seu conteúdo.

Quais artigos, posts, vídeos, podcasts, “etc” recebem mais visualizações ou compartilhamentos?

Qual é o perfil do seu leitor ideal?

Faça pesquisas constantemente com seu público.

Esses dados podem fornecer informações valiosas para direcionar sua estratégia de conteúdo.

Nunca se esqueça: em última análise, a marca é você.

Cada imagem ou vídeo que você posta, cada artigo ou post que você publica e cada interação que você tem online contribui para sua marca pessoal.

Trate sua escrita não apenas como uma paixão, mas como um negócio.

Seja autêntico, seja profissional e, acima de tudo, seja visível.

O sucesso em qualquer campo, especialmente na escrita, é uma mistura de talento, trabalho duro e visibilidade.

Portanto, invista em sua marca como você investiria em qualquer outro ativo.

Nenhum escritor pode ser bem-sucedido sem um nome.

Uma plataforma robusta e a presença ativa, tanto física quanto virtual, serão cruciais na construção da sua marca.

Mas eu também preciso chamar a atenção para um ponto, antes de terminar.

Nem todos vão amar o que você escreve, nem todo editor vai publicar seu trabalho, isso é inevitável.

A rejeição é amarga, mas também é uma escola.

Aprenda com ela, cresça a partir dela e continue escrevendo.

Siga pelo caminho da publicação independente, busque avaliações de quem realmente pode avaliar a qualidade do seu trabalho: seus leitores.

Conclusão

A estrada para se tornar um escritor profissional é sinuosa e cheia de obstáculos, mas cada desafio oferece uma oportunidade para crescer e aprimorar sua arte.

Com o planejamento certo e uma compreensão clara de suas próprias habilidades e paixões, você não só sobreviverá na indústria da escrita, mas prosperará.

Então, pegue essa caneta, abra esse documento em branco e comece a escrever.

Sua história é única, e o mundo está esperando para lê-la.

Por fim, sempre aproveite o tempo entre o gongo e o começo do round seguinte.

Trabalhe seis dias e folgue um.

Trabalhe seis semanas e folgue uma.

Cuide dos seus amores, de seus amigos, de seus pets.

Não exagere e nem fique esperando uma aposentadoria final.

Tome cuidado com os excessos de tecnologia e de informações.

Desconecte-se ocasionalmente por mais tempo e mais vezes por dia.

Pegue um bom livro em papel, deite-se em uma rede de pano e passe um fim de semana sem notificações no celular.

Levante-se da cadeira, saia de casa, viaje, contemple o mundo lá fora.

Busque inspiração além do mundo virtual.

Medite!

Tente se reencontrar com “o sujeito” ou “a sujeita” aí dentro de você, que não é seu corpo físico, não são suas emoções, nem seus pensamentos.

Tudo isso é mutável.

A única coisa que não muda é essa centelha que está com você desde que nasceu e continuará após completar sua missão.

Aquela, que Mark Twain descobriu no segundo dia mais importante da vida dele, e que você está prestes a ou também já descobriu.

A minha é inspirar pessoas a propagarem suas histórias e experiências através dos livros, a maior invenção do homem.

Não abaixe a guarda, mas também não fique se escorando nos cantos ou nas cordas.

Se perder uma luta, treine mais forte e parta para a próxima.

Como dizia Richard Bach, a diferença entre um escritor profissional e um amador é que o primeiro nunca desistiu.

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